sexta-feira, 10 de maio de 2013

Sócrates no São Paulo?


Diretoria tricolor chegou a ter tudo apalavrado com o Doutor, porém manobra de Vicente Matheus levou o craque para o Timão.

O ano era 1978, quando um jovem jogador do interior paulista despertou o interesse dos dirigentes do São Paulo FC. Com um futebol vistoso e diferenciado o presidente são-paulino da época, Antônio Leme Nunes Galvão, logo iniciou as negociações com o atleta e seu clube, o Botafogo de Ribeirão Preto. A nova promessa de 23 anos era ninguém menos que o Doutor Sócrates.

Sócrates comemora gol em cima do
São Paulo
Conversas adiantadas o São Paulo pediu ao time de Ribeirão uma semana para levantar o dinheiro, sabendo da conversa são-paulina e do potencial de Sócrates, o Corinthians de Vicente Matheus também se interessou pelo craque, no entanto o clube do Parque São Jorge, estava em desvantagem para negociar com o Botafogo já que o São Paulo tinha quase tudo acertado.

Nesse momento, o mandatário alvinegro buscando tirar a vantagem do São Paulo, chamou seu irmão Isidoro Matheus, solicitando que ele entrasse em contato como presidente do São Paulo para fazer uma proposta, dizendo que o Corinthians estava interessado no zagueiro Chicão e que além de uma quantia em dinheiro, o Timão ainda daria o lateral direito Cláudio Mineiro.

A proposta alvinegra suou como música nos ouvidos tricolores que poderiam se “livrar” de Chicão, ganhar um lateral e de quebra conseguir o dinheiro para contratar Sócrates. Sabendo da notícia Galvão adiou a viajem para Ribeirão e marcou um jantar com Isidoro.

Lógico que o a proposta por Chicão não passou de lorota, e enquanto o presidente do São Paulo conversava com Isidoro, Matheus viajou pessoalmente para o interior paulista, onde negociou e fechou a contratação de Sócrates no mesmo dia.

A esperteza de Vicente Matheus deu certo, Sócrates se tornou um dos maiores ídolos do Corinthians e do futebol brasileiro. E ironia do destino ou não no início dos anos 90 o São Paulo foi recompensado com o talento do irmão de Sócrates, Raí, que assim como o irmão se tornou um dos maiores ídolos do nosso futebol.


Fonte: Revista Brasil, e Democracia corintiana – Utopia em jogos, Sócrates e Ricardo Gozzi(Boitempo,2002))

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