Diretoria tricolor chegou a ter tudo apalavrado com o
Doutor, porém manobra de Vicente Matheus levou o craque para o Timão.
O ano era 1978, quando um jovem jogador do interior paulista
despertou o interesse dos dirigentes do São Paulo FC. Com um futebol vistoso e
diferenciado o presidente são-paulino da época, Antônio Leme Nunes Galvão, logo
iniciou as negociações com o atleta e seu clube, o Botafogo de Ribeirão Preto.
A nova promessa de 23 anos era ninguém menos que o Doutor Sócrates.
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Sócrates comemora gol em cima do São Paulo |
Conversas adiantadas o São Paulo pediu ao time de Ribeirão
uma semana para levantar o dinheiro, sabendo da conversa são-paulina e do
potencial de Sócrates, o Corinthians de Vicente Matheus também se interessou
pelo craque, no entanto o clube do Parque São Jorge, estava em desvantagem para
negociar com o Botafogo já que o São Paulo tinha quase tudo acertado.
Nesse momento, o mandatário alvinegro buscando tirar a
vantagem do São Paulo, chamou seu irmão Isidoro Matheus, solicitando que ele
entrasse em contato como presidente do São Paulo para fazer uma proposta,
dizendo que o Corinthians estava interessado no zagueiro Chicão e que além de
uma quantia em dinheiro, o Timão ainda daria o lateral direito Cláudio Mineiro.
A proposta alvinegra suou como música nos ouvidos tricolores
que poderiam se “livrar” de Chicão, ganhar um lateral e de quebra conseguir o
dinheiro para contratar Sócrates. Sabendo da notícia Galvão adiou a viajem para
Ribeirão e marcou um jantar com Isidoro.
Lógico que o a proposta por Chicão não passou de lorota, e
enquanto o presidente do São Paulo conversava com Isidoro, Matheus viajou
pessoalmente para o interior paulista, onde negociou e fechou a contratação de
Sócrates no mesmo dia.
A esperteza de Vicente Matheus deu certo, Sócrates se tornou
um dos maiores ídolos do Corinthians e do futebol brasileiro. E ironia do
destino ou não no início dos anos 90 o São Paulo foi recompensado com o talento
do irmão de Sócrates, Raí, que assim como o irmão se tornou um dos maiores
ídolos do nosso futebol.
Fonte: Revista Brasil, e Democracia corintiana – Utopia em
jogos, Sócrates e Ricardo Gozzi(Boitempo,2002))
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